quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Na contra capa| "Uma Magia mais Escura" : review (sem spoilers)



“-Sei pois - ripostou Lila, alegremente”. - há a Londres Aborrecida, a Londres do Kell, a Londres Sinistra e a Londres Morta - recitou, contando-as pelos dedos e acrescentando: - Vês? Sou uma aluna atenta." ― V.E. Schwab, A Darker Shade of Magic (Uma Magia Mais Escura)

Uma Magia Mais Escura  foi uma das melhores leituras que 2017 me deu, conquistando a prateleira dos favoritos sem grande batalha.
Primeiro volume da trilogia, introduz Kell, um dos últimos magos com a capacidade de viajar entre três universos paralelos, ligados por uma cidade mágica. A Londres Vermelha - onde vive e serve a realeza - é abundante em magia, que coexiste com os habitantes e é venerada; a Londres Cinzenta, aborrecida e desprovida de dote mágico e a Londres Branca, onde a magia está a consumir o mundo e os seus habitates. Existe ainda uma quarta, perdida na história e fechada aos outros mundos: A Londres Negra.
Oficialmente, Kell é o embaixador do império Meresh, trocando correspondência entre os réis das três Londres. Off books, contrabandista. Transportar objetos entre Londres é proibido e Rhy, príncipe da Londres Vermelha, faz questão de relembrar isso ao "irmão". É esta atividade que nos trás a peripécia da história: Kell aceita um objeto com magia capaz de destruir mundos. Já o fez uma vez.
Desta forma, torna-se traidor, fugitivo, é perseguido, atacado e encontra Delilah Bard, uma fora da lei que o rouba, salva e o obriga a aceitá-la como companheira de aventura.

É receita para uma daquelas fantasias.

A escrita da autora é fluída e emergente, que nos envolve na vida de personagens tão humanos e imperfeitos, que nos parece poder tocar-lhes. Kell está aborrecido, desconhece o seu passado, sente-se só e objetificado pelas pessoas a quem chama família. Rhy é a exceção, bon vivant, bom príncipe e o irmão que Kell considera ter. Lila é ambiciosa, talvez a pessoa mais sonhadora que Kell já conheceu. Irreverente, forte e individualista, não foge da aventura que sempre sonhou ter. Esta é a sua oportunidade.
Para além de elogiar as personagens, o mundo tem de ser referido. V.E. Schwab cria um universo tão intrigante e um sistema mágico genial, que nos faz querer saber mais e mais sobre o mundo. Não consegui pousar o livro. 
O início pinta o cenário da história, mas não de forma lenta ou enfadonha, tudo menos isso.
Ainda não li os outros dois, mas estou ansiosa para fazê-lo. Foi um excelenote começo para uma história que ainda tem muito para descobrir.  Esta foi só a primeira aventura.


Escusado será dizer que recomendo vivamente aos amantes de fantasia. É um YA excelente, que toca nos botões certos. É um preferido que ainda mexe com  o meu lado de fangirl e me faz implorar aos meus amigos que leiam. Leiam porque não é bom, é excelente e, como eu, vão querer mais.


segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

(Des)Aventuras | Galão matinal: primeiro apartamento



Sou aquele tipo de pessoa distraída que se perde a meio das frases, porque simplesmente divagou e mandou o comboio mudar de linha. "Já não me lembro do que queria dizer" é uma frase tão usual no meu dia-a-dia que não só é motivo de piada, como já não é levada a sério. "É sempre a mesma coisa. Hás-de te lembrar". Isto foi só para vos contextualizar a publicação, que, ao fim ao cabo, é sobre apartamentos
Outra coisa que precisam de saber acerca da minha pessoa, de modo compreenderem este post, é que demoro rios de tempo a despachar-me de manhã, em parte por isto mesmo, devido às minhas divagações. Eu engonho (sim, verbo engonhar).
Voltemos ao T1 com hardwood floors e paredes cinzentas
Com o cérebro ainda meio desligado, situação típica de uma manhã em dia de semana, arrastei-me até à máquina do café, depositando demasiadas esperanças no meu galão matinal. De retorno ao quarto, dei por mim a pensar no quanto prezo ter o meu espaço. Talvez por ser introvertida e este ser realmente o meu local de refúgio, quando não há mais sítio para onde fugir. O local onde trabalho, danço, escrevo, leio e que é realmente meu e imutável, por isso seguro. O meu quarto é um ponto estável na minha vida, que só muda se eu quiser que tal aconteça e onde só chegam as preocupações que eu deixar entrar. É a minha própria Sala das Necessidades. Estas ideias materializaram-se em sofás, em prateleiras cheias de livros e em detalhes vintage numa cozinha cor escarlate. Materializaram-se no meu primeiro apartamento, que refletiria tanto de mim e me transmitiria esta calma que tanto aprecio.
Ainda faltam uns bons anos. Ainda falta a faculdade, o primeiro emprego, a carta de condução, a segurança financeira para que tal aconteça... Digamos de passagem que tenho tudo menos pressa para dar este passo, tudo a seu tempo. Este texto não é a exteriorização de uma ânsia incessante de crescer, nunca a tive (nem percebo quem a tem), mas uma reflexão acerca da fantasia que é morar sozinho.
Tornar-se-à solitário? Vejo mais como uma forma de aprender a apreciar a nossa própria companhia, algo que pouca gente sabe realmente fazer (eu incluída), criando poucas oportunidades para tal. Empurramos sempre os amigos para ir aqui ou ali e, quando eles não podem, ficamos sossegadinhos no nosso aconchego.  Tema para todo um outro post. É uma etapa tão importante e tão especial. Escolher a decoração (parte que me encanta), descobrir que não temos nada para escorrer a massa, ter saudades da comida dos papás, só nos termos a nós para reclamar quando as coisas não aparecem feitas... Faz tudo parte de uma experiência que considero tão empolgante. 
Isto pode ser a minha alma fantasiosa a falar, deveras uma versão romantizada da realidade, mas, quis partilhar a divagação que quase me fez perder o autocarro (outra vez).

Convido-vos a puxar-me para a realidade nos comentários abaixo. Gostam deste tipo de post? Faço o "Galão Matinal" voltar? O que é que vos faz perder o autocarro?

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

(Des)Aventuras| Pelas ruas de Paris: primeira viagem


Fevereiro no Coffee Cup vai começar com uma memória, com uma nota positivamente nostálgica de quem relembra a sua primeira viagem de coração cheio  e  não consegue deixar de escrever o título desta publicação com um sorriso aberto.O final de 2017 marcou a realização da minha primeira viagem e a satisfação da wanderlust que sempre tive em mim. O destino foi Paris, mas aventura começou horas antes da nossa chegada, no avião, porque, até dia 28, voar era coisa que não me assistia e ainda não tinha caído a ficha: "Caraças, é este ano que vou a França.". 
A viagem não foi escolhida ao acaso, de globo e faca na mão, mas esperada durante anos, como só a família de um emigrante consegue esperar. Pois bem, mesmo com guia experiente, perde-mo-nos uma mão de vezes, comprovando a crença já antiga de que a melhor forma de conhecer uma cidade é perdendo-nos nela, da forma mais figurativa e literal.


É a cidade dos amantes de História e de Arte, áreas que não podiam ser mais valorizadas pelo país. Vê-mos marcas da  Segunda Guerra Mundial no Museu do Louvre, ouro nos candeeiros de rua e prédios de tirar o folgo em cada esquina.Cada parede esconde uma história e surpresas encantadoras, como a que vêm acima, simples e num local inesperado. Ficar-me-à na memória como A Cidade da Música, não pelos artistas que encontrei, esses estavam escondidos do frio (à exceção da violinista que estava a tocar no Louvre, mulher de coragem e talento espetaculares), mas porque dava por mim a cantarolar a cada passo que dava. O La Vie En Rose não me largou a mão durante aqueles dias e, hoje, não consigo ouvir a música sem o sentimento quente que senti ao passear em Paris

"Foi como um filme ainda sem cor" 
Primeira descrição da cidade, no meu Diário de Viagens.

Sim, foi tal e qual um filme. Ao olhar para o topo dos prédios, não conseguia parar de me imaginar a acordar com o Sol da madrugada e escrever com uma chávena de café e olhos postos no horizonte parisiense. A cidade surpreendeu-me por tudo o que me fez sentir e que nunca conseguirei traduzir para palavras. Encantou-me por completo. 


Notre Dame foi visto por fora, mas o Louvre foi bem visitado. Perde-mo-nos (What's new?) a caminho da Mona Lisa, rodeada de gente mal educada e quadros lindos, que não têm a devida atenção. Não me interpretem mal, observei os detalhes do quadro de olhos arregalados, recordando tudo o que aprendi sobre ele nas aulas, as teorias de que é alvo e fui seguida pelos olhos de Gioconda com um gosto enorme, o meu problema foram as pessoas, não a obra. Se eu quiser uma fotografia, pesquisaria na internet, eu queria admirar o quadro, as outras pessoas queriam tirar fotos com flash, usar selfie sticks  e desrespeitar as barreiras de segurança. Foi todo um caos para o qual não estava psicologicamente preparada, mas adorei ver a obra de Da Vinci ao vivo e, na parede oposta, o quadro monumental ao qual ninguém estava a ligar nenhuma. Vi obras que sempre quis ver, que estudei e quase caí numa das escadarias. Foi o local mais bonito onde quase caí e olhem que sou uma trapalhona de primeira. 
Pela importância que o povo francês dá à sua história, os museus do Estado são gratuitos até uma certa idade. No caso do Louvre, 26 anos para habitantes e 18 para europeus. 


Não podia deixar de falar dos crepes. OS crepes, atenção. Comi um, porque em Paris tudo é pequeno menos os preços, mas se valeu a pena. Optámos por satisfazer a vontade numa banquinha que encontramos de regresso a casa, que pôs a minha receita a um canto. 
As ruas estão repletas de lojas e lojinhas, não havendo espaço mal aproveitado na cidade. A maioria dos chateaus foram convertidos em apartamentos com espaço para pessoa e meia (ou quatro e um gato, no nosso caso) e não se vêm prédios a precisar de um ombro amigo. A cidade está impecável em termos de restauração do património. É proibido construir prédios em grande parte de Paris, para não estragar o horizonte histórico pelo qual é conhecida. 



Quis deixar-vos uma amostra da minha viagem, da magia que vivi numa semana que me enche de alegria e gratidão por todas as experiências e  dores no final de cada dia. Faltou referir a Torre Eiffel, a ida à Disneyland, a passagem pelo Moulin Rouge... mas isso são histórias para futuras publicações. 




terça-feira, 30 de janeiro de 2018

(Des)Aventuras| Bullet Journal - a minha experiência



Um dos meus grandes objetivos para 2017 era começar a fazer uma melhor gestão do meu tempo, de modo a tornar-me uma pessoa mais produtiva e a conseguir um melhor equilíbrio entre a minha vida de estudante e todas as outras coisas que não envolvem ter a cabeça colada a um manual de História.  Sempre fui uma pessoa de cadernos, calendários e agendas, mas nunca encontrei um sistema que realmente me agradasse e me forçasse a estabelecer planos e objetivos. Quando larguei o ceticismo e experimentei o método de bullet journaling, encontrei esses sistema e vi rápidas melhorias no aproveitamento dos meus dias. 
Ryder Carroll criou um sistema dinâmico e rápido de documentação de ideias, projetos e objetivos, que respondesse às necessidades de cada indivíduo e juntasse num só espaço a complexidade da sua vida. Uma agenda 100% personalizada. O Bullet Journal expandiu-se para uma forma de expressão da criatividade do utilizador, abandonando a simplicidade da caneta preta e dos códigos por símbolo. Tornou-se uma solução popular, pelo que encontramos inúmeros videos  acerca desta forma de planeamento.

Achava este sistema contraprodutivo, demasiado complexo e trabalhoso. Hoje, trago-vos uma opinião totalmente diferente. 

Quero dar-vos vantagens, desvantagens, sugestões que a tentativa e erro me ensinaram, alguns dos meus spreads e canais de Youtube, onde podem encontrar algumas ideias para começar.

sábado, 27 de janeiro de 2018

Mumbling | Gotas de luz (A felicidade cria-se, não se procura)

Fotografia por Pete Johnson - Pexels 

Crescemos com a tendência inata de esperar que a felicidade nos caia no peito. Procura-mo-la como se de um objeto perdido se tratasse, encarnando um gira-sol, bailarino ao doce toque das gotas de luz solar.
Esboçamos um sorriso pelas razões mais simples, razões essas que nos tornam tão nós, tão belos e complexos.

Sorrio quando dou o primeiro gole no meu galão matinal;
Quando faço o mesmo na primeira caneca de chá do dia;
Quando ando de baloiço;
Adormeço ao som da chuva;
Quando a minha canção preferida enche o ar;
Me apaixono por outro livro;
Vejo um filme pela 1005º vez...
Ou descubro um novo que vai para a lista d'Os Espectaculares;
Quando recebo um abraço espontâneo;
Quando vejo alguém empenhado numa coisa que o faz feliz; 

Quando me permito sorrir.

Porque crescemos com a tendência inata de esperar que a felicidade nos caia no peito, mas temos de perceber que a felicidade não se procura, mas se cria, ao olhar para as coisas mais pequenas, para as pessoas mais sinceras da nossa vida. 



Espero que o vosso 2018 tenha começado da melhor maneira! Sintam-se convidados a partilhar as vossas "pequenas coisas" nos comentários abaixo.

quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Na contra capa | Reading List - Novembro



Outubro teve poucos dias chuvosos, poucas manhãs de domingo sem muito que fazer, onde os lençóis me brindavam com um calor reconfortante, companheiro de um relógio apressado pelas palavras de um bom livro.
Outubro teve poucas noites calmas, poucas noites onde a vontade de dormir era escassa e a de ler crescente a cada vírgula marcada. 

Outubro não foi, de todo, o "meu" mês.

Li apenas um livro da minha lista e pouco ou nada escrevi (como devem ter reparado). No entanto, as águas acalmaram, os tempos mudaram e estou aqui. Escrevo-vos. Amo o livro com o qual outubro me deixou. Novembro vai ser um bom mês, porque quero que seja e todos gostamos de ter aquilo que queremos.
Escrita e lida a minha reflexão, apesar de vos querer apresentar posts que não literários, o primeiro texto de cada mês tem sido e continuará a ser a minha Reading list.
É certo que acabarei - com todo o gosto e mais algum - "A Rapariga que Roubava Livros", um livro que me está a encantar mais e mais a cada página. Para além dele, o "Caraval" ainda está por ler e ando a magicar outra obra para ocupar o meu tempo livre:


"Fangirl"- Rainblow Rowell
"Fangirl" é um livro que me assusta. Não pelas razões obvias, como ter palhaços, aranhas, ou fazer parte da saga Twillight, mas pelo facto de ser diferente, de me fazer sair da minha zona de conforto literária. 
A protagonista desta obra também batalha com este monstro, com a linha que separa o conhecido da novidade. Cath e a sua irmã gémea,Wren, refugiaram-se na leitura, nos fóruns, nas fanfics e nas personagens dos livros de Simon Snow. Tudo muda quando vão para a universidade, quando Wren se começa a concentrar no mundo real e Cath se questiona se algum dia o conseguirá fazer.
Um colega de quarto arrogante, um professor que despreza os seus gostos e um rapaz, porque há sempre um rapaz. Conseguirá Cath aventurar-se no mundo da escrita? Conseguirá desenvencilhar-se sem a irmã?
Tenho poucas espectativas para este livro, talvez isso seja um aspeto positivo.


Gostaria de colocar um terceiro livro na minha lista mas, muito honestamente, não faço a mínima ideia de qual seria. Talvez me aventure na Bertrand, talvez vá às prateleiras mágicas cá de casa, é um mistério. 
Assim, para além da minha reading list do mês, tenho o objetivo de terminar 50 livros antes de completar 17 anos. O meu Goodreads marca 47, ou seja, preciso de mais 3 livros até dia 22 deste mês. Será que estou à altura?
Como sempre, gostaria de saber acerca dos vossos planos literários, da vossa opinião sobre, neste caso, o "Fangirl" e o que gostariam de ver no blog!


quinta-feira, 12 de outubro de 2017

The one with the... | Review: Riverdale



A par da recente estreia da segunda temporada, falar-vos de Riverdale pareceu-me adequado.
É o tipo de série que nos deixa colados ao ecrã, que nos faz esquecer de responder às mensagens e de beber o chá que preparámos como acompanhante dos 45 minutos de  emoção e mistério que sabíamos ter pela frente. 
Chegamos à cidade perante a morte de Jason Blossom, uma tragédia que abalou Riverdale pelas suas circunstâncias enigmáticas e pela tenra idade do falecido. Depressa percebemos que nem todos os pormenores do dia em que o rapaz se afogou batem certo, que ainda existem histórias para contar e segredos que necessitam de sair do lago.