quinta-feira, 31 de agosto de 2017

The one with the... | Review: "Dead Poets Society"


" We don't read and write poetry because it's cute. We read and write poetry because we are members of the human race. And the human race is filled with passion. And medicine, law, business, engineering, these are noble pursuits and necessary to sustain life. But poetry, beauty, romance, love, these are what we stay alive for." - John Keating
Nós não lemos e escrevemos poesia por ser giro. Nós lemos e escrevemos poesia porque somos membros da raça humana. E a raça humana está cheia de paixão. E medicina, direito, negócios, engenharia, são atividades nobres e necessárias para sustentar a vida. Mas a poesia, a beleza, o romance, o amor, são a razão para nos mantemos vivos.

"Dead Poets Society" (O Clube dos Poetas Mortos) é um drama de 1989, que tem como palco a Welton Academy, uma escola de excelência e métodos rígidos, exclusiva a rapazes. Em 1959, John Keating (interpretado por Robin Williams), um ex aluno da academia,  ocupa a vaga de professor de inglês e oferece aos seus alunos uma nova abordagem ao ensino,  focada no sentimento, na ousadia e na expressão de ideias próprias, o que abalou a dinâmica autoritária da instituição. As filosofias lecionadas por este professor causam grande impacto nos seus alunos, principalmente num grupo de sete jovens cujo desenvolvimento acompanhamos e que irão ressuscitar O Clube dos Poetas Mortos, a que Keating pertencia quando jovem.
Face a acontecimentos perturbantes, usados pela direção da escola para extinguir as ideias do novo professor, como reagiram os alunos?
Podia ser mais um filme acerca da adolescência mas é tudo menos isso.
 Este filme fala-nos da vida. Não da vida que vivemos, essa já nós conhecemos bem, mas aquela que temos potencial para viver. Uma vida onde sonhos de transformam em objetivos, onde ideais são são aplicados ao quotidiano, onde a emoção e a observação do mundo à nossa volta  se tornam mais importantes do que a teoria.
Há já muito tempo que tencionava ver este filme e, não tendo criado qualquer tipo de expectativa, dei por mim a ter mais que muito para dizer sobre ele na primeira meia hora. Encheu-me o coração. Tornou-se, sem dúvida, um daqueles filmes que vou aconselhar a quem tiver a pachorra de me ouvir e que ocupará a minha lista de favoritos.  
Este professor chega aos alunos tratados como demasiado jovens para pensar por si mesmos, incutindo-lhes o que, com alguma hipocrisia, também nos tentaram incutir: devemos ter opinião própria, viver com paixão, ultrapassar os nossos medos e correr até às nossas metas, independentemente dos planos que outros possam ter para nós.

John Keating: "I always thought the idea of education was to learn to think for yourself." (Sempre pensei que a ideia de educação era aprender a pensar por nós mesmos)
Mr. Nolan (diretor): "At these boys' age? Not on your life!" (Na idade destes rapazes? Nunca na sua vida!)

Arrancam páginas do manual, sobem para cima das mesas e, a pouco e pouco, começam a ver a vida com outros olhos.  
Numa abordagem à poesia, o Jonh Keating dá voz à minha opinião, primando a interpretação pessoal e os sentimentos que o texto transmite, não a métrica, o esquema rimático ou os recursos estílisticos usados como vírgulas.
A quantidade de sentimentos que os atores conseguem transmitir, a frustração das personagens, presas a papeis que toda a gente quer que interpretem, tornam a premissa do filme um sucesso.
Depois de o ver, fiquei sem palavras. A moral de cento e trinta minutos que passei à frente do ecrã resume-se a que existem diversas pespetivas do mundo e que não devemos ter receio de adotar a nossa, de aceitar as nossas peculiaridades, de amar e bater o pé no que toca aos nossos objetivos. No fim, se não for pela mensagem, vejam-no pela interpretação brilhante de Robin Williams (já esperada) ou pelo paralelismo que a história faz com a realidade atual. 


Já viram este filme? O que acharam? Ficaram curiosos? 


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