domingo, 10 de setembro de 2017

Sleep, dream, write and repeat | 5 coisas que aprendi com o meu primeiro blog

Ilustração por Aaron Jay

Quem leu o meu primeiro post sabe que o Coffee Cup não foi o meu primeiro projeto na blogosfera. O The World Through My Eyes nasceu há uns quantos anos atrás, com um papel bem definido de amigo, quando mais precisava de um. Essa foi a principal razão por detrás da minha necessidade de o deixar ir, o facto de precisar que ele evoluísse para algo maior e não sentir que isso acontecesse. Eu cresci mas, por mais alterações de design e projetos, não o conseguia fazer crescer comigo. Com os seus tons de roxo e titulo extenso, ficou preso a um período da minha vida que já passou e a uma escritora que nada tem a ver com a que estão a ler hoje. 
Foi bom enquanto durou e o meu primeiro blog ajudou-me, sem dúvida, em muitos aspetos, contribuindo para perceber umas quantas coisas acerca da minha relação com a blogosfera.
É sobre isso que vos escrevo hoje, sobre  cinco coisas que o meu antigo blog me ensinou.
Demoro imenso tempo a escrever cada post
Eu sei que que nunca estará perfeito. Tal como a Filipa Maia (do Deixa Ser) disse "Nas atividades criativas, o perfeito não existe" mas o meu prefecionismo fala mais alto e por isso recuso-me a publicar algo que não esteja o melhor possível.
No meu primeiro blog, eram muitas as vezes que publicava por publicar, agora não. Orgulho-me do conteúdo do Coffee Cup ser bem pensado e entregue a vocês com todo o carinho e certeza que fiz o melhor que pude.
Leio e releio até me fartar da minha voz (sim, porque leio em voz alta) e depois de ajustes sem grande valor pressiono o botão.
As minhas incertezas e devaneios fazem com que um post que podia ser escrito em meia hora demore o dobro do tempo.


Sei o conteúdo que realmente gosto de partilhar
Sou feliz em ter muitas opiniões e em gostar de mil e uma coisas mas nem tudo o que gosto chega aos vossos computadores. Gosto de moda, gosto de maquilhagem, cozinha, pintura, fotografia - etc, etc - mas, pelo menos por enquanto, não verão esse tipo de conteúdo no meu cantinho (não vêm de fotografia porque a melhor câmara que tenho é a do meu telemóvel, se não veriam). 
Adoro escrever reflexões acerca do pó, acerca de lugares e memórias especiais, de livros de filmes... É isso que quero partilhar convosco.

Interagir com bloggers não é um drama
E se for um incómodo? Estarei a ser impertinente?  Será que alguém quer saber? Não, não sou, não estou e sim porque feedback é sempre bom. 
Tinha imenso receio de perguntar, de comentar e interagir com outros bloggers, principalmente aqueles que tinham mais seguidores e mais anos de experiência. Isso já não acontece. Adoro comentar blogs e conversar com outros autores sobre tudo e mais alguma coisa. Dou a minha opinião sem receios, discorde ou concorde

Trabalhar com HTML é do caraças
Não sou um expert, aliás, mal sei o que é que estou a fazer - eu a trabalhar com código só ao pontapé e a bater com a cabeça na parede - mas o resultado final é gratificante. Passei horas a deixar o blog como está, a pedir opiniões a estranhos acerca do tipo de letra do header e a escolher as cores ideais. É o meu blog, com o meu design e textos. Podia estar melhor? Sem dúvida, mas é fruto do meu trabalho e idealizações. 
Criar este design só foi possível pelos falhanços do meu antigo blog, que me deram uma visão objetiva do que não fazer.

Ter inseguranças é normal
O que os seres humanos normais tem em água, eu tenho em inseguranças acerca da minha escrita. Para exemplificar:o post que estão a ler hoje estava programado para a próxima semana, mas a crítica que há em mim falou mais alto e descartou o que estava marcado para hoje.
"É mesmo o conteúdo que quero partilhar?".
"Estará bom o suficiente?".
Depois de rever o post três ou quatro vezes, dou por mim a pensar se o conteúdo é suficientemente bom  e se alguém o achará interessante.
É aqui que a minha racionalidade tem de intervir. Este é o meu blog e, à partida, quem o segue interessa-se pelo que escrevo. 
Acontece a todos. Nem sempre vou publicar o rascunho que, na altura, me pareceu brilhante mas não são todos os que ficarão abandonados e por agendar. Tento partilhar apenas o melhor conteúdo que consigo produzir (como disse acima).


Quais foram as lições mais importantes que aprenderam sobre a blogosfera e ter um blog ? 
Quais são o tipo de posts que mais gostam de ler/escrever?



10 comentários:

  1. Eu tive um blogue no Sapo há uns anos atrás e acabei por deixá-lo para trás pela mesma razão que deixaste o teu. Devo dizer que acho que mexer no HTML do Sapo era mais fácil (pelo menos para mim), tanto que o blogue que tenho agora está super simples. O do Sapo estava sempre todo elaborado!

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    1. Nunca experimentei a plataforma sapo. O HTML do blogger não é fácil de compreender (pelo menos para mim, que não percebo grande coisa de design), se quiseres posso enviar os sites que me ajudaram

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  2. É engraçado, conheço imensa gente que mudou de blogs. Muitos dos blogs que sigo são de bloggers que já tiveram dois ou três. Não estou a julgar, compreendo a necessidade de mudança, e acho que fizeste muito bem ( eu cada vez mais gosto de te ler). Só acho engraçado o facto de isto nunca ter acontecido comigo. O meu blog também começou por ser apenas como um amigo mas, de alguma forma, consegui que ele fosse sempre acompanhando o meu crescimento. Houve, de facto, uma vez, em que estivesse para criar outro, mas ainda bem que não o fiz, porque hoje adoro o meu cantinho :). Mas o meu caso é raro, suponho, muita gente tem essa necessidade perfeitamente normal :).

    Mas deixando-me de devaneios ( já escrevi aqui um testamento xD), identifico-me imenso com essas lições :).
    Beijinhos,
    Cherry
    Blog: Life of Cherry

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    1. Acho que está relacionado com a forma como tu vês o teu crescimento. Talvez o facto de, na altura, não me ter apercebido da minha evolução e das mudanças rápidas pelas quais estava a passar tenha contribuído para que o blog estagnasse. No fundo, fez com que olhasse para ele e não me reconhecesse.
      Não podia estar mais feliz com o rumo que o Coffee Cup está a tomar e fico radiante por saber que estás a gostar de o acompanhar!
      Felizmente não desististe do Life of a Cherry. Esperemos que ele continue a evoluir como tem feito

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  3. Eu já fui aquela pessoa que não compreendia a necessidade de alguém mudar de blogue, porque, à partida, criamos algo com que nos identificamos. E o facto de não ser estático, permite-nos fazer reformulações. No entanto, este pensamento mudou por completo quando percebi que o meu primeiro blogue começava a não se enquadrar nas ideias que tinha. E acrescentar outras ramificações não fazia sentido. Por isso, acho que um das grandes lições que aprendi foi a de ter uma mente aberta. E nunca tomar nada como definitivo.
    Tal como tu, também demoro bastante a escrever as publicações, porque gosto de chegar ao fim e sentir que era exatamente aquilo que queria transmitir. Sou incapaz de publicar sem reler mais do que uma vez e sem ter a certeza de que cumpre o meu propósito. Publicar só porque sim não é, de todo, o meu estilo.
    Interagir com outros bloggers é das partes que mais gosto, porque sinto que crescemos imenso. E acabamos por alargar horizontes.
    Concordo contigo, ter inseguranças é natural. Acho que o mais importante é mantermos a nossa identidade e questionarmo-nos sempre se nos identificamos com o assunto que queremos abordar.

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    1. " Por isso, acho que um das grandes lições que aprendi foi a de ter uma mente aberta. E nunca tomar nada como definitivo." Aprendeste algo tão importante!
      Crescer é inevitável e podemos encara-lo de forma mais ou menos positiva. Temos de manter uma mente aberta para aceitar esse crescimento e tudo o que ele acarreta.
      É muito complicado combater as nossas inseguranças mas, tal como disseste, o essencial é não perder a nossa identidade

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    2. r: Sim, concordo, porque acabamos sempre por ter que interagir em algum momento e é essa interação que nos permite evoluir enquanto seres humanos.
      Essas pessoas acabam por nos ensinar a não ser como elas, ou a não agir como elas em determinadas situações.

      Na minha vida tento sempre ter uma mente aberta e não tomar nada como definitivo, nem garantido, mas, curiosamente, em relação ao blogue acho que acabei por não o fazer. Mas foi algo que mudei com o tempo.

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  4. É incrível olhar pra trás e perceber o quanto a gente aprende com esse cantinho, né? Eu já tive dois outros blogs, um com uma amiga que não durou nem 2 meses e um só meu que eu acabei deixando pra trás, e desde então tenho aprendido muito na blogosfera. Isso de nunca achar que o post tá bom o suficiente e ser muito insegura é a minha cara, tenho até hoje posts nos rascunhos de meses atrás que ainda não achei que estão bons o suficiente, e os que estão postados pode ter certeza que eu li e reli em voz alta (achei que era só eu HAHA) centenas de vezes hahahah. No início eu também tinha vergonha de interagir com outros blogs, que bobagem, né? Depois a gente descobre que não tem coisa melhor!
    Um beijão,
    Gabs | likegabs.blogspot.com ❥

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    1. É muito importante compreender que estamos a aprender com eles!
      Ainda bem que não estou sozinha! Tenho a certeza que esses rascunhos acabarão por ser publicados e ter a mesma qualidade (ou melhor) que os teus restantes posts.
      Vergonha à parte, interagir com bloggers é das melhores partes da blogosfera!

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  5. Às vezes só precisamos de uma mudança e de um projeto que nos entusiasme realmente. A partir daí, é uma questão de darmos o nosso melhor e aprender com os erros

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