Roman Kraft
Em criança, quando o mundo ainda parecia simples e em flor, questionava-me acerca das histórias que lia. Depressa verifiquei que não eram só os livros a sofrer de tal desgraça, que os filmes de sábado à noite, alugados no video clube mais próximo, eram vítimas do mesmo mal. Decidi, por fim, perguntar: "Porque é que as histórias acabam sempre bem?".
Ao início, a minha questão pareceu-lhe deslocada, mas procedi à explicação, que nada tinha de complicado. Finais felizes pareciam-me pouco originais. Ele olhou para mim intrigado.
A verdade é que estamos rodeados deles, de finais felizes, onde as cicatrizes dos protagonistas se tornam pouco relevantes.Muitas vezes, estão subentendias, disfarçadas e os meus olhos inocentes não as conseguiam captar. Afinal, seria obrigatório a princesa conseguir o príncipe? Seria assim tão normal apanhar o criminoso e condena-lo de forma justa?
"Porque o mundo já tem coisas más suficientes. As pessoas precisam de finais felizes para se esquecerem disso.". A resposta dele pareceu-me lógica, fazia todo o sentido, mas porque não simplesmente ultrapassar as rasteiras da vida? Seria assim tão complicado seguir em frente? Mudar o nosso ponto de vista? Utilizar uma perspectiva mais positiva parecia ser a solução para o pior dos males.
"Porque o mundo já tem coisas más suficientes. As pessoas precisam de finais felizes para se esquecerem disso.". A resposta dele pareceu-me lógica, fazia todo o sentido, mas porque não simplesmente ultrapassar as rasteiras da vida? Seria assim tão complicado seguir em frente? Mudar o nosso ponto de vista? Utilizar uma perspectiva mais positiva parecia ser a solução para o pior dos males.
Assim, numa demanda pela originalidade, pela descoberta de histórias inesperadas e chocantes, a minha escrita tomou um novo rumo.
As minhas personagens estavam perdidas e melancólicas, o mundo virado do avesso e a felicidade navegava pelo Pacifico numa jangada, que balouçava ao sabor da maior das tempestades. Eu gostava das minhas histórias, diferentes das de toda a gente, de todas as que os meus colegas costumavam apresentar à turma. Elas não me deixavam triste, elas faziam-me mergulhar numa face do mundo que desconhecia. Elas faziam-me sentir.
As minhas personagens estavam perdidas e melancólicas, o mundo virado do avesso e a felicidade navegava pelo Pacifico numa jangada, que balouçava ao sabor da maior das tempestades. Eu gostava das minhas histórias, diferentes das de toda a gente, de todas as que os meus colegas costumavam apresentar à turma. Elas não me deixavam triste, elas faziam-me mergulhar numa face do mundo que desconhecia. Elas faziam-me sentir.
Cresci e continuei a escrever, deixando as palavras do meu irmão pendidas na caneta.
Desfiz-me da idea de narrar exclusivamente acerca de dissabores, de flores mortas e ruelas sombrias, mas esses elementos permanecem hirtos na minha ficção. Deixei de ler e assistir exclusivamente a finais coloridos, mas não nego o seu sabor especial.
Afinal, o mundo precisa de histórias com finais felizes?
O mundo precisa de histórias.
É desesperante viver na rotina, num circulo de eventos a que nos prendemos sem quê nem porquê. O mundo move-se demasiado rápido e as responsabilidades que recaem sobre nós pesam. Se há dias bons? Aos montes. Termina-los com um bom livro só os torna mais mágicos. Precisamos de histórias para nos desligar-mos do dia-a-dia, para sentir algo diferente, algo novo. Para viajar, pensar e ver com os olhos de outros.
Sim, precisamos de histórias com finais felizes, mas também precisamos de finais que nos façam chorar, que nos conectem com a tristeza que sentimos.
Precisamos de histórias, por todos os motivos e mais alguns, mas principalmente para que não vivamos exclusivamente nas nossas ideias.
Afinal, o mundo precisa de histórias com finais felizes?
O mundo precisa de histórias.
É desesperante viver na rotina, num circulo de eventos a que nos prendemos sem quê nem porquê. O mundo move-se demasiado rápido e as responsabilidades que recaem sobre nós pesam. Se há dias bons? Aos montes. Termina-los com um bom livro só os torna mais mágicos. Precisamos de histórias para nos desligar-mos do dia-a-dia, para sentir algo diferente, algo novo. Para viajar, pensar e ver com os olhos de outros.
Sim, precisamos de histórias com finais felizes, mas também precisamos de finais que nos façam chorar, que nos conectem com a tristeza que sentimos.
Precisamos de histórias, por todos os motivos e mais alguns, mas principalmente para que não vivamos exclusivamente nas nossas ideias.
Ah que texto lindo, sim sim, o mundo precisa muitos de finais felizes, aliás, mais de histórias né para poder ter seus finais. Gostei muito!
ResponderEliminarhttp://submersa-em-palavras.blogspot.com.br/
Muito obrigada, fico feliz que tenhas gostado!
EliminarEspero que continues a gostar e a partilhar a tua opinião.
Concordo contigo, o mundo precisa de histórias!
ResponderEliminarUau, que post!
ResponderEliminarO mundo precisa de histórias com finais felizes, mas também precisa de histórias que nos façam pensar, que nos apresentem um ponto de vista diferente e um no o olhar sobre a vida :).
Beijinhos,
Cherry
Blog: Life of Cherry
Concordo. Essa é a magia das histórias, fazem-nos abrir os nossos horizontes, mesmo sem darmos por isso.
EliminarEspero que tenhas gostado!
Gostava que houvessem mais finais felizes mas a verdade é que nem todas as histórias podem ter um final feliz :/ adorei o teu texto, adorei o teu blog e claro que estou a seguir!
ResponderEliminarTheNotSoGirlyGirl // Instagram // Facebook
É verdade, mas todos precisamos que esses finais menos bons existam. É assim que damos valor aos finais felizes e que aprendemos a seguir em frente.
EliminarEspero que continues a gostar! :D
Ler um livro, é das melhores coisas neste mundo ♡
ResponderEliminarSem dúvida!
EliminarOs finais felizes são necessários para dar esperança, mas os finais "não felizes" (sejam eles como forem) também são importantes para aprendermos lições e pensarmos sobre as coisas de outra forma. Nem todos podemos ser felizes e nem todos vamos ter o nosso final feliz, é essa a realidade. Quanto mais cedo nos apercebermos disso, melhor. A existência de finais alternativos aos finais felizes mostra-nos que não estamos sozinhos, que a vida não é sempre um mar de rosas e que há formas diferentes de viver. Retira pressão, na realidade.
ResponderEliminarNada nos é entregue de bandeja, pelo que esperar sentados por um "final feliz" não é opção.
EliminarNem sempre as coisas vão correr bem, sem dúvida que existem dias em que só nos apetece fugir, mas, mais do que como encaramos os dias bons, é a forma como encaramos os dias maus que mostra o nosso caráter.
Para além disso, os dias menos bons ajudam-nos a apreciar a vida de outra maneira e valorizar aquilo que temos.
Precisamos de olhar para a vida de forma realista: nem tudo é colorido e sorridente. A forma como nos comportamos faze essa realidade está nas nossas mãos e aprender a iluminar um dia cinzento com uns quantos raios de sol é uma jornada importante.